A pétala da flor,
que se abate perante o mundo,
perante a dor.
A dor do vento que arrasta,
a dor de ser ninguém no mundo de ninguém,
a dor de ser apenas outro alguém.
A dor da posteridade,
a dor da informe inconformidade,
a dor da infeliz incredulidade,
a dor da sórdida realidade.
A árvore que é arrancada,
pela tempestade furiosa.
Tudo quer, praga rogada.
Nada tem, praga forçada.
Cede por fim, praga realizada.
A montanha que se ergue mais alta que as nuvens,
destruída pela vontade alheia, continua, das aragens.
Que farás tu, que és mais altas que todos?
Que farás quando o tempo vier e com ele a aragem,
e se seguir outro tempo e outra aragem(?)
pois nem as montanhas são eternas...
Que farás quando tu caíres, como têm que cair todas as coisas?
Que farás montanha solitária, que farás?
Dar-me-hás tua força, dar-ma-hás?
Dá-ma, pois em mim não está o aprumo da árvore,
a graciosidade da pétala ou a majestade da montanha.
Dá ma porque quero ser alguém,
dá ma porque não quero ser ninguém!
Dá ma porque quero ser mais que eu!
Dá ma porque quero que me deixem ser eu!
domingo, 16 de janeiro de 2011
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