"A chuva caía tão fortemente que parecia que o céu se ia desmoronar. Até o tempo parecia estar a querer magoar. Caiam gotas incrivelmente pesadas que pareciam querer trespassa-lo. O sol tinha desaparecido, era de tarde mas estava já muito escuro, era difícil ver mais que um palmo de distancia. Ás apalpadelas Toby dirigia-se para casa, com o coração pesado ameaçando partir. Uma placa no fundo da rua indicava que estava quase a chegar.
Podia ser que finalmente ai o tormento parasse. Tinha sido uma semana incrivelmente má, mas o dia de hoje batera recordes. Ainda não tinha percebido como dizer aos país da negativa a química. Com Ethan, o suposto melhor amigo dele,as coisas finalmente tinham tido um desfeixo e não muito bom a julgar pelo nariz a sangrar e a camisa rota. Como não tinha conseguido falar com nenhum dos amigos, tinha esta magoa toda a rebentar dentro de si. Ainda não acreditava como James podia ter feito o que fez. Tinha acabado de faltar ao treino da equipa. Anna continuava chateada com ele. Tinha ainda ouvido Maggie dizer que nunca namoraria com ele, nem que fosse o ultimo homem na terra e a rapariga de quem gostava tinha lhe dado o discurso de "só amigos" depois de ter feito aquilo tudo.
O rapaz completamente encharcado finalmente encontrara a casa dele.
Ironicamente o portão estava fechado. Toby tinha emprestado as chaves do portão a Grace por isso experimentou a alternativa.
Ao tentar saltar por cima, bateu com o pé no cimo do portão fazendo com que caísse do outro lado, rasgando as calças que trazia e esfolando o joelho e o cotovelo direito.
Levantou-se cheio de frio, encharcado e com dores. Quando finalmente chegou a porta de entrada, deparou-se com Jenny que estava sentada nas escadas a frente da porta, também toda encharcada.
– Toby, precisamos de falar. – disse com uma voz ainda mais doce que o habitual.
O rapaz olhou para a rapariga pouco mais baixa que ele, a cara dela expressando também tristeza, teve de se esforçar para conter as lágrimas.
Ela era muito bonita mesmo completamente encharcada.
Toby que ao longo do ultimo mês de aulas se tinha apaixonado por ela estava agora completamente sem palavras.
Embora com ainda alguma esperança que não se tratasse disso, Toby, sabia perfeitamente que Jenny se sujeitara a tais condições, não por paixão, mas porque o considerava um verdadeiro amigo e por natureza como era bastante meiga sentia a necessidade de fazer as pazes com Toby. Por nunca ter dado muita confiança a rapazes esta tinha sido uma das primeiras vezes que Jenny tinha rejeitado o amor de alguém cara a cara, e sabia que não tinha corrido nada bem...
– Toby desculpa, foste muito querido a serio, e eu sei que não há maneira de fazer com que isto soe melhor mas eu gosto muito de ti como amigo, apenas...–
– Sim eu sei, "não gostas de mim dessa maneira". Toda a gente sabe, eu fui estúpido, desculpa, não volta a acontecer.–
Toby desviou o olhar e tentou concentrar-se nos pingos de chuva que continuavam a cair agressivamente.
– Toby por favor, eu quero continuar a ser tua amiga.– exclamou ela deixando cair algumas lágrimas que rapidamente se confundiram com a chuva.
– Jenny, agora não dá, eu gosto de ti, não gosto de gostar de ti, mas gosto de ti. Portanto preciso de algum tempo antes de poder ser teu amigo outra vez. –
Com isto a bonita rapariga com cabelo castanho claro encharcado, deixando escapar algumas lágrimas, virou as costas e encaminhou-se para o portão.
Toby ainda mais devastado, ainda mais encharcado, ainda mais magoado percebeu que estava a beira do precipício, então compreendeu que a escolha mais acertada, era saltar.
Com o pensamento de que as coisas já não podiam piorar, o esbelto rapaz parou Jenny agarrando o ombro dela.
Ela virou-se e ele contemplou os seus requintados olhos azuis que o tinham conquistado à pouco mais de um mês, aí ganhou um pouco da confiança que tanto lhe faltara nos últimos dias.
Sentiu o estômago dar um nó e inclinando-se tocou gentilmente nos lábios de Jenny com os seus, trocando um beijo que os paralisou a ambos. O frio, o cansaço, a dor, a tristeza, a raiva, tudo aquilo que tinha sentido nos últimos dias desapareceu do seu corpo. Naqueles instantes apenas conseguia pensar naqueles lábios quentes, inocentes, detentores do sabor mais tentador que conhecera. E na bonita rapariga que beijava, em todas as suas particularidades, sentindo o seu coração ferver com todo o amor que sentia por ela.
O breve som que emitiu aquele beijo, aquele momento ardente, que lhes roubou o ar dos pulmões, mudou tudo..."
sábado, 19 de setembro de 2009
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